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Em que muro abandonado estará escrito teu nome?
Com letras de formas e linhas desconexas que traçam uma frase qualquer
Preenchendo a tinta desgastada com um azul fosco e desbotado
Numa essência escondida, do sentimento sigiloso por não merecer mais sentir
Às vezes eu acordo com vontade de dormir
E durmo pelas linhas parafraseadas do despertador que me incomoda
E teu rosto me aparece como um sol desnecessário num dia nublado
Persistindo num sorriso lindo que minha fuga repentina desfoca
Me distraio olhando ruas vazias e prédios habitados por estranhos
Meus passos se tornam cada vez mais descompassados
Mas continuo ao teu lado
Seguindo em silêncio pela avenida, amordaçando minha boca para não calar a tua (...)
Queria escrever teu nome numa parede abandonada qualquer
Rabiscar uma frase qualquer para disfarçar meus desejos
Tocar seu rosto sem querer
Te admirar, te observar balançar os cabelos que o vento bagunça inesperadamente
Hoje eu traduzo minhas cifras para uma música triste
E cada lembrança que surge, volto a re-escrevê-las
Assim como uma manhã de frio tolera a neblina
Assim como uma viagem entorpece a saudade de quem fica
Hoje eu sou assim
Escrevo teu nome em muros imaginários
Aqueço em silêncio meu peito com tua voz que me acalma
E o desejo de estar perto será sempre meu medo de fugir
Binho
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