quarta-feira, 13 de julho de 2011

Teu nome em segredo

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Ouve-se a fonte isolante do mal que navegou em círculos
Alguns vestígios de mágoa entre as águas; - Entre as lágrimas resurgiu um sol
Apenas os bordões das músicas mais tristes refletem os tons mais íntimos da solidão
E com o sol renascido e as letras declamadas, posso conduzir meu horizonte a um lugar desconhecido e só meu

A ponta de um lápis em uma superficie plana ousa recriar pensamentos desvaneios
Cada ponto exclamado reclama um ponto de interrogação
Em cada contorno de uma letra que escrevo, tua imagem aparece como um vulto feliz
E me traz sentido pleno, mesmo sentindo a luz fúnebre sobre meu corpo e um silêncio amordaçando minhas angústias

E eu continuo declamando o poema com teu nome:
"...Quero me alimentar do teu abraço e ser refúgio eterno.
Quero me guiar pelos teus olhos que me consolam e me trazem paz.
Ser um recanto aos teus anseios e ser um seio que te alimente em prazer singular..."

Sou pele, mas não o cheiro
Sou calor, mas não o corpo que acalenta
Sou absinto, mas não sexo
Sou abismo e também a queda

Mas no fundo não sou nada
Nem uma palavra de consolo
Nem um rosto conhecido em um mundo distante
Apenas o oposto, apenas o desgosto de lutar por aquilo que não acredito

Mas a metade de mim ainda espera o sorriso sincero
O complemento do olhar meigo que acaricia o coração
O cheiro de uma flor desconhecida
E a pele que acaricia a carência eterna de ser amado

Outrora eu seria uma linha firme em um desenho abstrato
Quem sabe um desejo discreto pelo teu carinho
E se teu abraço vier em meu encontro, como deverei reagir?
E se teu abraço nunca acontecer?

Uma folha esquecida entre os livros de uma estante
Um número desconhecido que insiste em ligar
E um lugar que ninguém possa alcançar
Minhas metáforas revelarão um dia quem eu gostaria de ser.


Binho
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